sábado, 8 de fevereiro de 2014

Resolvi fazer uma faxina nas gavetas sentimentais...
Olhando aqui e ali, tropecei em alguns "passados".
Cai de "cara" na bagunça das amizades...
Faltando pedaços, sobrando inveja, dando teia de aranha no companheirismo e muita poeira no amor, abandono e desleixo suplicantes na caixinha de música do coração.
Sentei em meio alguns retalhos e ainda que tentando costurar e fazer colcha, não me teceria uma meia...
E eu percebi que, cansada, não nasci para me escravizar por sentimento de ninguém, deixei a gaveta quase vazia, com apenas alguns valores sagrados, os demais, entendi, vieram, sujaram tudo, mas me ensinaram a não deixar ao ponto de escarnecer; o que não nos serve, doamos...
E na camaradagem, eu doei para o "orfanato da rua abandonada", tudo o que eu peguei com tanto carinho, quem sabe o próximo, conforte melhor os sentimentos de apoio dessas "criaturas" que não sabem o quanto são miseráveis, mas o quanto eu ainda, creio e desejo que exista cura para a pobreza de espírito, para o naufrágio das próprias lágrimas.
Eu tenho fé que um dia, o mundo de algumas pessoas não caiam mais no absurdo da falta de verdade, da ninharia em ostentar tanto podre...
Eu tenho fé que o topo, será apenas a escalada mútua de abraços profundos e alegrias bobas, simplicidades que só duas almas grandes em humanidade, entendem e sorriem sem martírio...

Simone Resende

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